Agricultores, alunos da Univali e o consultor nacional em meliponicultura, Márcio Lopes, participaram de um dia de campo sobre o manejo e o potencial para criação das abelhas nativas sem ferrão, realizado na comunidade do Alto Baú, em Ilhota, na última semana.O evento foi organizado pelo Projeto MB2 em parceria com as Associações de Moradores das localidades de Barranco Alto, Pocinho e Alto Baú.Segundo o extensionista do Microbacias, Jean Andrade, o objetivo de trazer a discussão sobre a criação desse tipo de abelhas para os agricultores, faz parte da estratégia de buscar alternativas de renda coerentes com as potencialidades locais. “Os moradores do entorno do Parque Botânico do Morro do Baú, por exemplo, têm uma área rica em espécies florestais nativas e um ambiente favorável para criação. Além disso, alguns deles já desenvolvem a atividade de forma rudimentar”, explica. Atualmente, o preço desse mel é superior ao preço do mel da Apis, atingindo preços mais elevados nos mercados em que a oferta é menor. Portanto, conforme Jean, potencializar a atividade e aquisição de enxames por produtores do Estado, faz parte dos planos dos agricultores via Projeto Microbacias 2 ainda esse ano.Para o agricultor Cláudio Moje, muitas coisas puderam ser descobertas nesse dia de campo. “Uma delas foi que, com a forma que foi explorada nossa região, muitas dessas abelhas estão desaparecendo. Temos que resgatá-las. Um exemplo é a abelha Mandaçaia, que não temos mais na região, mas queremos introduzi-la novamente com a ajuda do MB2. Já mexo com essas abelhas há muito tempo e agora que aprendi a melhorar minha produção, vou testar os modelos de caixas e manejo apontados nesse dia de campo”, revela o agricultor.  

Abelhas

 

De acordo com o extensionista do Microbacias, Jean Andrade, essas abelhas eram a fonte de mel para os povos indígenas antes de os portugueses introduzirem as abelhas européias no Brasil. Elas preferem flores de árvores nativas e cada espécie tem preferência por um tipo de florada. A quantidade de mel produzida varia em função da região, da espécie, das condições ambientais e do tipo de manejo, podendo variar entre 100 gramas a 6kg/caixa/ano. “Além do papel ecológico que cada espécie pode desenvolver no ambiente”, destaca o consultor.

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