Mais da metade das pessoas com hepatite não sabe que possui a doença, segundo a enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica de Ilhota, Jocelene da Silveira. Para mudar esse quadro, o órgão promoveu uma capacitação na manhã da última quarta-feira, 14, envolvendo profissionais da Saúde e da Educação.
O encontro aconteceu no auditório da Câmara de Vereadores de Ilhota e o objetivo da ação, conforme a enfermeira, foi instruir os profissionais sobre as formas de diagnóstico e prevenção para que eles também possam atuar como multiplicadores dentro do município. “A falta de conhecimento sobre a doença é a principal causa para o atraso no diagnóstico, por isso é importante que estes profissionais possam agir em conjunto, repassando conhecimentos para a comunidade”, destaca.
O palestrante responsável por abordar o conteúdo foi o médico do Posto de Saúde Central, Lucas Gonçalves. Na ocasião, foram tratados temas como os tipos de hepatite A, B e C, e trazidas informações sobre vacinas e formas de tratamento.
Jocelene avalia que a reunião foi bastante produtiva e que os cerca de 45 presentes puderam aproveitar o momento para tirar suas dúvidas e levantar questionamentos sobre a doença.
A enfermeira explica que a Vigilância Epidemiológica trabalha no sentido de conscientizar a população e que, atualmente, Ilhota possui sete casos de hepatite crônica diagnosticados. “A hepatite crônica acontece após a fase aguda da doença. Em geral, chega-se a esse ponto devido a demora em procurar pelo tratamento adequado”.
Na fase aguda da doença, é diagnosticado aproximadamente um caso a cada dois meses.
Prevenção
A imunização pode ser feita gratuitamente por qualquer pessoa com até 20 anos. Basta procurar um Posto de Saúde e solicitar a vacinação, que acontece em três etapas. Já as pessoas com mais de 20 anos que também desejam se prevenir contra a doença, podem fazê-lo mediante apresentação de encaminhamento médico.
Jocelene explica que a doença é transmitida pelo sangue e também por secreções do corpo, por isso, é importante que funcionários e agente de saúde estejam em dia com a vacina, já que estão em contato constante com o material.
Várias causas da mesma doença
A hepatite é a inflamação do fígado e pode ser provocado pelo abuso de bebida alcoólica, por reação não desejada de alguns remédios ou por vírus. Somente a hepatite causada por vírus é transmitida de uma pessoa à outra e o vírus, por ser muito resistente, pode durar horas ou dias em materiais contaminados de sangue e secreções.
Como se pega?
A hepatite B ou C é transmitida pelo sangue e o tipo B também é considerado uma doença sexualmente transmissível e de fácil contaminação.
As gestante portadoras do vírus B podem transmitir a doença para o bebê, por isso é importante que sejam feitos os exames durante a gestação.
O uso de drogas com o compartilhamento de seringas, agulhas e canudos de inalação também podem transmitir a hepatite C.
Quem precisa fazer o exame?
– vítimas de abuso sexual
– pessoas que moram na mesma casa que portadores do vírus B
– parceiros sexuais de portadores dos vírus B e C
– usuários de drogas injetáveis e inaláveis
– pessoas que praticam sexo sem camisinha
– pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993
Sintomas e evolução
Nem sempre os sintomas da hepatite B e C aparecem. Em geral, apresentam pele e olhos amarelados, cansaço, tontura, enjôo, febre, dor na região do fígado, falta de apetite, urina escura e fezes claras. Quando não são tratados, os casos podem evoluir para cirrose hepática ou câncer.
Vacina
A única vacina existente é contra o tipo B da doença. Para se proteger é preciso receber três doses que estão disponíveis em todos os Postos de Saúde para pessoas menores de 20 anos e para aqueles com maior risco de pegar o vírus.